maio 19, 2010

Cannes 2010

Selecção Oficial:
"Another Year" de Mike Leigh - Inglaterra
"Biutiful" de Alejandro González Iñárritu - México/Espanha
"Utomlyonnye solntsem 2" (Burnt by the Sun 2) de Nikita Mikhalkov - Rússia
"Copie conforme" (Certified Copy) de Abbas Kiarostami - Irão/França
"Rizhao chongqing" (Chongqing Blues) de Wang Xiaoshuai - China
"Fair Game" de Doug Liman - EUA
"Hanyo" (The Housemaid) de Sang-soo Im - Coreia do Sul
"Mein Glück" (My Joy) de Sergei Loznitsa - Alemanha
"Des hommes et des dieux" (of Gods and Men) - Xavier Beauvois - França
"Tournée" (On Tour) Mathieu Amalric - França
"La nostra vita" (Our Life) de Daniele Luchetti - Itália
"Autoreiji" (Outrage) de Takeshi Kitano - Japão
"Hors-la-loi" (Outside the Law) de Rachid Bouchareb - França/Argélia
"Shi" (Poetry) de Lee Chang-dong - Coreia do Sul
"La princesse de Montpensier" de Bertrand Tavernier - França
"Un homme qui crie" (A Screaming Man) de Mahamat Saleh-Haroun - Chade/França
"A Frankenstein-terv" (The Frankenstein Project) de Kornél Mundruzcó - Hungria
"Route Irish" de Ken Loach - GB
"Uncle Boonmee Who Can Recall His Past Lives" de Apichatpong Weerasethakul - Tailândia

Secção "Un Certain Regard" (selecção de alguns títulos)
"Socialisme" de Jean-Luc Godard - França
"O Estranho Caso de Angélica" de Manoel de Oliveira - Portugal
"I Wish I Knew" de Jia Zhang Ke (Platform, Still Life) - China
"Aurora" de Cristi Puiu (The Death of Mr. Lazarescu) - Roménia
"Chatroom" de Hideo Nakata (The Ring, Dark Water) - Japão
"Tuesday, After Christmas" de Radu Muntean - Roménia
"Les amours imaginaires" de Xavier Dolan (J'ai tué ma mère) - Canadá

Júri:
Tim Burton (presidente), Benicio Del Toro, Kate Beckinsale, Shekhar Kapur, Alexandre Desplat, entre outros. O palmarés é anunciado a 23 de Maio.

cobertura diária:

mini-guia (incontention.com) parte 1 / parte 2 / indiewire

Até agora:
- Dos filmes já exibidos em Cannes o favorito parece ser "Another Year" de Mike Leigh, cujo consenso junto da crítica parece indicar que Leigh poderá voltar a repetir a Palma de Ouro depois do prémio em 1996 para Secrets & Lies, com outro retrato íntimo e reflectivo em tons existenciais. (crítica
- Outro filme bem recebido foi "Copie Conforme" do iraniano Kiarostami, também já vencedor com "O Sabor da Cereja" em 1997, mas cuja indulgência num certo filme-exercício centrado em diálogo (um "Before Sunset" mais adulto) revela-se menos abrangente que o filme de Leigh, e se também pode jogar contra Kiarostami a qualidade das suas obras anteriores, pode ser ajudado pelo actual clima político. (crítica)
- Takeshi regressa à boa forma dos filmes sobre a Yakuza com "Outrage",  que acabou por ter uma reacção pouco entusiasmante junto da crítica, porventura pela delinquência na opção de descontextualização de uma violência niilista. (crítica
- Alejandro González Iñárritu, vencedor do prémio de Melhor Realizador em 2006 por Babel, é sempre um nome a ter em conta quando se fala de favoritos, e se havia uma enorme expectativa à volta de "Biutiful" por ser o seu primeiro filme sem o habitual colaborador Guillermo Arriaga, como seria de esperar o seu estilo resulta em opiniões polarizantes: se Jeffrey Wells em HE escreve "Biutiful is a sad and deeply touching hard-knocks, lower-depths drama in the tradition (or along the lines, even) of Roberto Rosselini's Open City or Vittorio DeSica's The Bicycle Thief", a maior parte das reacções têm sido menos que positivas, acusando Iñarritu de recorrer a uma fórmula gasta (exemplo: Vasco Câmara no Público - "a verdade é que nada mudou no cinema de Iñárritu. Permanece a redundância, a forma como o realizador é aqui um traficante de personagens e de ideias baratas"). (crítica)
- do que falta, dois nomes a destacar: Rachid Bouchareb, que depois da excelente recepção de "Indigènes", vencedor de um prémio para o elenco em 2006, regressa ao mesmo tema com "Hors-la-loi" (a ser exibido na sexta), um drama sobre a luta pela independência argelina que pode encontrar simpatia no júri (e que já provocou uma mini-tempestade política em França pelo assunto abordado); na sexta será também exibido o novo filme do tailandês Apichatpong Weerasethakul, um autor cada vez mais admirado, especialmente desde "Tropical Malady", vencedor do prémio do júri em 2004. "Uncle Boonmee Who Can Recall His Past Lives" pode ser a surpresa do festival, se o júri apostar numa escolha divergente (o que não seria muito surpreendente para um júri encabeçado por Tim Burton) e premiar uma filmografia inovativa e alguém que nunca venceu, por oposição a prémiar outra vez Mike Leigh ou Kiarostami.

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